quando a saudade de achega encilho um verso e pelo gosto saio o floreá-lo na lida. um sol campeiro, égua madrinha da tropilha lambe o sereno da manhã recém parida.
e se achega madrugando um silêncio levando ertrelas para o céu das invernadas uma boieira, companheira do campeiro, se aninha mansa, na testa da minha gateada.
bato na marca, sigo ao tranco, pé no estribo cano virado, um pala branco e o tirador no talareio que as esporas vão cantando a poesia que arrocina o cantador.
o minuano inventa asas pra o meu pala e traz pra várzea o sabor do novo dia lida campeira que sustento pelo vício de florear potros e lidar com a gadaria.
a voz do campo na saudade dos meus versos é a campanha pela várzea dos galpões mal comparando é um palanque bem cravado que segue firme, apesar desses tirões.
esse meu canto estreleiro traz em versos alma de campo a encilhar tantas auroras é um crioulo que pechando com os encontros traz o Rio Grande nas estrelas das esporas.